Em relatório, governo solicita certificação ao órgão das Nações Unidas. Os 12 casos da doença registrados neste ano foram importados.
Segundo a pasta, o País foi o primeiro das Américas a fazer o pedido e agora aguarda a avaliação da entidade. Mas não há previsão sobre quando isso poderá ocorrer.
Para Expedito Luna, professor do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, a solicitação é fundamentada mesmo com os registros de 12 casos de sarampo que ocorreram neste ano no País, os 6 últimos em João Pessoa, Paraíba, todos importados. Ele destaca que não há prova de que exista transmissão sustentada da doença no Brasil, o que indicaria o retorno do vírus do sarampo, que circulou pela última vez no País em 2000. Outros 58 casos suspeitos da Paraíba estão em avaliação.
A "importação" de casos de sarampo é esperada porque no ano passado havia circulação do vírus, por exemplo, em países da África, Europa e Ásia, afirma Luna. Ainda de acordo com o especialista, parte dos 67 casos esporádicos que surgiram enter 2001 e 2009 não foi totalmente esclarecida. Isso porque não foi encontrada a origem dos surtos registrados.
"É necessário intensificar as investigações para entender como esses casos estão ocorrendo", disse o epidemiologista José Cassio de Moraes, da Santa Casa de São Paulo.
"Todos os eventos registrados até este momento são relacionados a casos importados, conforme tem sido comprovado nas investigações epidemiológicas e nos estudos de genotipagem", afirmou, por meio de nota, o diretor de Vigilância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage. "Assim, já dão dez anos de interrupção, o que não é pouco tempo para solicitar a certificação".
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